top of page

Este livro é um convite para se reconectar com o poder utópico do feminismo, com um imaginário capaz de provocar uma transformação drástica da sociedade. Francesa criada na ilha da Reunião, Françoise Vergès lança mão de uma terminologia nova para descortinar a realidade das mulheres “racializadas”, empregadas domésticas e faxineiras provenientes dos países do “Sul global”, que limpam o mundo.

 

Ela reivindica “um feminismo decolonial”, aberto a questionamentos, análises e mudanças, mas radicalmente antirracista, anticapitalista e anti-imperialista. À diferença do termo “descolonização”, que diz respeito aos processos históricos que sucederam o fim da relação colonial oficial, "decolonial", um neologismo já consolidado no debate francês, se refere à necessidade de denunciar e tornar visível o que permanece vigente, porém negado, da estrutura colonial nas sociedades pós-coloniais. Assim, um feminismo decolonial, antipatriarcal e anticapitalista, é aquele que leva em conta as consequências da colonização nas relações atuais para repensar o feminismo por dentro, obrigando-o a entrecruzar além de questões de gênero e raça, já bem mapeadas pelo feminismo negro, a variável da desigualdade social ligada ao capitalismo.

 

A descrição crua e verdadeira de fatos cotidianos atinge em cheio o que Vergès chama de feminismo “civilizatório”, aquele defendido por mulheres “brancas e burguesas” europeias que tipicamente reivindicaram desde os anos 1960 direitos iguais em relação aos homens de sua própria classe, as classes média e alta privilegiada.

 

Para a autora, o feminismo deve ser necessariamente multidimensional, incluindo em sua reflexão raça, sexualidade e classe. A leitura deste texto é uma pancada de lucidez que faz perceptíveis as evidências que nos negamos a ver da opressão normalizada que sofrem milhões de mulheres em todo o mundo.

 

Sobre a autora:


Cientista política, historiadora, ativista e especialista em estudos pós-coloniais. Vergès cresceu na ilha da Reunião (França), e morou na Argélia, no México, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Graduou-se em ciência política e estudos feministas na San Diego State University (1989). PhD em teoria política pela University of California de Berkeley (1995), publicou sua tese Monsters and Revolutionaries: Colonial Family Romance and Métissage [Monstros e revolucionários: o romance da família colonial e mestiçagem] pela Duke University Press (1999). Lecionou na Sussex University e na Goldsmiths College, ambas na Inglaterra. Entre 2014 e 2018 foi titular da cátedra Global South(s) no Collège d'Études Mondiales da Fondation Maison des Sciences de l’Homme. Publicou diversos artigos sobre Frantz Fanon, Aimé Césaire, abolicionismo, colonialismo, pós-colonialismo, psiquiatria, memória da escravidão, processos de creolização no Oceano Índico e novas formas de colonização e racialização. É autora de documentários sobre Maryse Condé e Aimé Césaire. Colabora regularmente com artistas, como no workshop Mapping of the Post-Colonial Space [Cartografia do espaço pós-colonial]. Trabalhou como curadora de projetos da Documenta11 (2002) e da Paris Triennale (2012). Como curadora independente, organizou o projeto de visitas guiadas “O escravo no Louvre: uma humanidade invisível” (Museu do Louvre, 2013) e as exposições "Dez mulheres poderosas" (2013) e "Haiti, medo dos opressores, esperança dos oprimidos" (2014) para o Mémorial de l'Abolition de l'Esclavage em Nantes [Memorial da abolição da escravidão].

Doutorou-se na Universidade de São Paulo (USP, 2014), na qual obteve os títulos de bacharelado(2005) e de licenciatura em Ciências Sociais(2006) e também de mestre em Sociologia(2009). Durante o estágio doutoral, foi Visiting Student Researcher Collaborator em Princeton University, com bolsa Sanduíche da FAPESP (2013).Integrou o quadro docente da Universidade Federal de Goiás(2016-2017) onde coordenou o PIBID-Ciências Sociais. Atualmente, é professora adjunta da Universidade Federal Fluminense(UFF), coordenadora do curso de licenciatura em ciências sociais da referida instituição, coordenadora do Grupo de estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos (NEGRA) e integra o programa de pós-graduação em sociologia. Atuou no comitê científico do Latin American Anti-racism in a 'Post-Racial' Age ( LAPORA, 2017-2018), é associada ao projeto Race and Citizenship in the America e integra o projeto " Vozes do Genocídio da Juventude Negra" (CNPq/2019). Tem experiência na área de Sociologia Política e da Cultura, com ênfase nos estudos sobre ação coletiva, teorias interseccionais, relações raciais e de gênero, educação e políticas de ações afirmativas no ensino superior.

Um feminismo decolonial

SKU: 978-8571260603
R$ 45,00 Preço normal
R$ 40,50Preço promocional
Quantidade
  • Autora :  Françoise Vergès
  • Arte : Flavia Rios 
  • Editora ‏ : ‎ Ubu Editora; 1ª edição (30 abril 2020)
  • Idioma ‏ : ‎ Português
  • Capa comum ‏ : ‎ 144 páginas
  • ISBN-10 ‏ : ‎ 8571260605
  • ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8571260603
  • Dimensões ‏ : ‎ 20.6 x 13.2 x 1 cm
  • Peso : 0,21 kg
maquina_escrever.png

MAILING SUBVERSIVO

Assinando nosso mailling você ganha 5% de desconto e fica por dentro das novidades, promoções, lançamento de livros, palestras e idéias subversivas. Tudo isso diretamente no seu e-mail!

NEXT_HAND.png

Obrigado(a)!

  • Instagram

M. L. TUCCI CARNEIRO, HISTORIA, FOTOGRAFIA E DESIGN LTDA

CNPJ 15.127.040/0001-76

©2023 por Livraria Subversiva. - livraria especializada em história do Brasil -  ditadura -  feminismo - imigração - racismo - holocausto - fascismo - direitos humanos

olho_preto_transprente.png
bottom of page